DO XOTE AO ALTAR

Momentos inesquecíveis

preenchem minha mente,

ao recordar aquela cena,

presenciada por mim e

por todos ali presentes,

mas apenas por eles, vivida.

Tudo seguiu um roteiro

criado pelo destino,

certamente, em outro momento.

Então, seus olhares

ansiosos se encontraram.

E, pelo desejo foram guiados.

Primeiro, um sorriso tímido,

porém, longo, demorado.

Um leve toque de mãos

e mais um olhar,

dessa vez, olho no olho, profundo,

exclusivo dos, à primeira vista, enamorados.

A Banda pareceu perceber,

e logo mudou o ritmo;

do Forró ao Xote cadenciado.

Futuro prenunciado!

Entregaram-se por completo.

Era o que queriam de fato.

Na verdade, o Xote foi pretexto para,

enfim, permanecerem colados.

Aos poucos, os passos já não eram mais passos;

o Triângulo, a Sanfona e a Zabumba ficaram relegados a um plano segundo;

apenas, pano de fundo.

Não sei por quanto tempo durou,

Só despertaram quando quase atropelaram a mesa.

Estavam de olhos fechados,

Enquanto todos, de olhos bem abertos,

os observavam.

Sorriram timidamente,

ainda tentando acertar os passos.

Mas, pra quê passos?

Só queriam ficar juntos.

E até se esqueceram do mundo.

Enfim, chegou a hora da despedida;

despedida?

Na verdade, ali começara uma nova experiência de vida.

Um abraço foi pouco...

"Vem cá, me abraça de novo!"

Tudo conspirou a favor do amor.

Que história bonita de contar!

Dois pra lá, dois pra cá...

Do Xote ao Altar.

Jeronimo L. Madureira

11/08/2021.

*Dedico esta poesia ao casal, Jovani Quintanilha e Priscilla Nogueira Quintanilha, do qual eu tenho a honra de ser padrinho.