A ti, madrugada, poesia, anjo, canção.
Eis que mais uma vez te dedico, versos, linhas, minhas composições.
Faço a ti o meu sarau, sem saber no começo se termino minhas
Letras encantando-te.
Arranjo-te uma estrutura e pretendo ter doçura, pois que a tua já me bastaria.
A poesia, pra ser canto, tem que ser doce.
E por mais doce, não reproduz a magia da canção que ouvi.
Embora fosse, no fundo, poesia.
E é mais uma aqui que ofereço a ti, amiga, que para mim já é própria madrugada.
Já foi anjo, já foi uma desconhecida. Hoje é cúmplice. É confidente.
Por detrás de tuas lentes, prescruta-me.
Na noite que começa e termina em dia, iniciamos e não nos damos conta,
Já é manhã, o sol se levantando e a gente tentando ir se deitar,
Despedindo-nos de mais um momento mágico de poesia,
Em que nós nos descortinamos, nem tanto.
Eu, insano, tanto calo, quanto falo demais,
Que o teu modo de se descortinar já me bastaria.
E a noite continua sua sina.
Uma menina em corpo de mulher madura se permite até onde eu possa te encantar.
É pouco os versos do mundo para te declamar.
Silencio para te falar.
E que os teus olhos consigam sempre ouvir.
Que os teus ouvidos consigam sempre ver.
Que tua mente continue a te fazer gente.
Que o teu coração continue a amar.
Vejo-te com um sorriso descortinado.
Sorri com a facilidade de quem tem um dom,
Olhos azuis como o telhado do mundo,
Já diria o nosso ídolo.
Meu nem tanto.
Mais seu do que meu,
Que o encanto que tu sentes pelas coisas já me bastaria.
Minha amiga, poesia, seja aqui sempre bem-vinda.
Seja a menina que sorri sempre.
Sorriso é dom. É beleza.
Nossa natureza é mostrar os dentes em sinal de cordialidade.
Pois que seja! Sorria sempre no eterno hoje, na madrugada corrente,
Que escapa a nossos relógios.