ÚLTIMA "FALCETA"

Para Raul Brunini

Esquecendo-me o lar, filhos e esposa,

passei a residir lá no Catete,

guardando, noite e dia, essa raposa

que me fez seu amigo e seu tapete.

E, misto de capacho e fidalguete,

ora mano Gregório, ora outra cousa,

fui, por meu amo (fino velhaquete),

a mão que sempre no punhal repousa.

Mais eis que em tal vigia adulatória,

para a prisão me levam, de homicida,

no primeiro fracasso em minha história...

E ele se parte, e deixa, sem socorro,

a quem matava pela sua vida

- e lambia-lhe os pés como cachorro...

Gregório Infortunato

AUTOR: NESTOR TANGERINI, BERGAMOTA.

Bergamota
Enviado por Bergamota em 26/11/2005
Código do texto: T76528