ÚLTIMA "FALCETA"
Para Raul Brunini
Esquecendo-me o lar, filhos e esposa,
passei a residir lá no Catete,
guardando, noite e dia, essa raposa
que me fez seu amigo e seu tapete.
E, misto de capacho e fidalguete,
ora mano Gregório, ora outra cousa,
fui, por meu amo (fino velhaquete),
a mão que sempre no punhal repousa.
Mais eis que em tal vigia adulatória,
para a prisão me levam, de homicida,
no primeiro fracasso em minha história...
E ele se parte, e deixa, sem socorro,
a quem matava pela sua vida
- e lambia-lhe os pés como cachorro...
Gregório Infortunato
AUTOR: NESTOR TANGERINI, BERGAMOTA.