Aos poetas

Quando os poetas se calam

Eu ouço os gritos do silêncio

Eu vejo a escuridão do caos

E pressinto a noite que se achega

À árida terra dos homens.

Quando os poetas silenciam

Formam-se as grandes lacunas,

Os espaços não preenchidos

De todas as paixões humanas

Sublimadas ao infinito

Nos rastros do cotidiano.

Quando os poetas se calam

No céu, as estrelas choram

E a lua solitária se lamenta.

O perfume da noite se esvai;

Não há mais ninguém

Para cantar o amor.

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 27/11/2005
Código do texto: T76928
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