A um poeta

Para Armando Gnisci

Há algo

De reconhecidamente meu

No verso que é teu:

O signo,

que me roubas sem pejo,

Devolvendo-me

Palavra e beijo;

Um desafio

da minha palavra

que se perpetua

na tua;

Uma ousadia

Que cruza o horizonte

Dos teus pensamentos,

Que não se enuncia

Mas cria

Moinhos de vento.

Do cruzamento

de nossos discursos,

nasce, mudamente,

lacuna e poesia,

que se quer

sempre eloqüente,

no derramar inconstante

do enunciado,

ou na brevidade

dos nossos silêncios

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 28/11/2005
Reeditado em 04/12/2005
Código do texto: T77399
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.