Poeta da terra dos esquecidos
Eu sou poeta da terra dos esquecidos
Daqueles que não são lembrados em livros
Que não são modelados em artigos
Mas que fazem do seu sonho um lugar tranquilo
Ah, eu sou poeta da terra dos esquecidos
Aqueles que não são exibidos em bienais
Que não declamam em grandes recitais
Mas que proclamam sua arte em belos varais
Eu sou poeta da terra dos esquecidos
Aqueles que saíram de seus buracos perdidos
E criaram a arte em pequenos papiros
Que pelo som de suas vozes se tornaram universais
Ah, eu sou poeta da terra dos esquecidos
Os poetas que por muito perderam seus juízos
E pelo deleite de seus segredos escondidos
Transformaram as suas palavras no mais belo motivo de existir
Eu sou poeta da terra dos esquecidos
Que não moram em uma única cidade
Que proclama ao vento a sua arte
E deixa que pelos céus elas ao de encontrar lugar pra morar
Eu sou o mero poeta que, amanhã, pode não existir
Que no fim do dia nem esteve aqui
Mas esses dizeres, você há de guardar
Porque eu me tornei poeta que se faz reverberar!
Poeta casado consigo
Pra que no dia do seu juízo
Ele saiba que alguém pertenceu
As suas próprias palavras