Meus medos - Culpado ou Inocente?

Ah, meus medos que me consomem em todo momento

É uma doença que me tortura aos poucos

Uma tortura sem fim

É uma mistura de receios, anseios, mistérios, enfim

São medos que me devoram como se fossem uma fera

Uma fera dentro de mim e que me devora vivo

Mas por que tantos medos me perseguem?

Sentimentos que me deixam um vazio profundo, infinito

Uma solidão que vai me corroendo, vai me diluindo, sem motivo

Sou uma alma viva ou um corpo sem vida?

Qual medo me dá mais terror: de viver ou de morrer?

Medos que me acompanham por onde vou, não me dão trégua!

Saio sem rumo, perdido, inseguro, esmorecido, com medo pelas ruas

É uma insegurança que não faz sentido, me deixa confuso, sinto-me nu

Medo da escuridão que reflete pelo caminho que vai sumindo na luz do luar

E um passado de dor, saudade e sofrimento que carrego nos ombros

É um medo que quanto mais penso, mais medo me dá

Remorsos implacáveis e angustiantes que corroem meus sentimentos

Medo de olhar no espelho e, através dele, conhecer o meu EU?

Esse tão insignificante, pobre, fraco e desprezível SER?

Medo de enxergar meus defeitos e as impurezas de minh’alma?

Medo de não suportar meus fracassos, meus arrependimentos, e me perder

Nesse lamaçal de ilusões a que me submeti, para quê?

Se nada nunca foi meu e nada vou levar depois do meu próprio EU?

Medo de amar, porque o amor quando entra no meu peito, me faz refém

Sinto-me preso e, a cada sensação de solidão, me causa medo de alguém

Esse alguém, a dona de minha alma, a faz sangrar e derramar minhas lágrimas

Choro e perco a minha dignidade; não sou mais ninguém.

Sou um mar de frustração que leva em suas ondas todas lembranças

E, em cada onda de esperança, lá se vai o meu amor, cada vez mais para o além

Eu tenho medo da morte; mas medo de que se a morte não existe?

Não é apenas uma passagem para outros mundos desconhecidos!

Ou seria mesmo o fim, que transforma tudo em pó e nada resiste!?

Que medo é esse que me tira a paz e me embriaga de insônia, nas noites tristes e intermináveis?

Medo do frio, que descobre meu corpo e adoece minha alma no sepulcro terminal irreversível?

Medo de ficar sem a luz de seus olhos que me guia

E do sorriso do amanhã que me encanta em todas as manhãs

Tenho medo do fim, porque, depois do fim, sei se existe um Deus,

Um SER único e onipotente que vai me julgar culpado ou inocente?

Dedicatória: Ao padrinho Antônio Carlos dos Reis – Dois Córregos/SP

Edimilson Eufrásio
Enviado por Edimilson Eufrásio em 26/06/2023
Reeditado em 06/07/2023
Código do texto: T7823142
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