Carolina Maria de Jesus

Fome existencial

“Assim como as palavras

as pessoas que as escrevem

não podem ser apagadas”

Não basta nascer no dia da poesia

juntar papéis das ruas

retalhos de sobrevivência

aguerridos pedaços de fome

alimentando na poética fonte

a esperança de um dia

Maria de Jesus é potência de nome

na grandeza além do quarto

à margem do contexto histórico

buscando portas de saída

lançando-se da lama

ao dom de emergir lótus

na dura alegria e orgulho

de revolucionar a literatura

Carolina se empodera

fatalmente eternizada

acolhida na palavra

poesia.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 21/07/2023
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