Autorretrato

Vão

Como a casa amarela

Um poço de tristeza e solidão

Quimérico amparo

A noite, antes estrelada, se encontra abatida

Descoloriu-se o Girassol e o Lírio

E a amendoeira, sem flores, falecida

Que o amarelo penetre meu interior

Consuma meu coração

Removendo o amargor

A dor de decepar um membro

Não se compara ao meu padecimento

Desde o fatídico dia

Maldito seja o meu advento!

Hoje, nesse trigal, deixo minha última memória

Enquanto corvos crocitam aguardando a refeição

Seja por mim ou por alguém

Que uma bala me atravesse e leve essa aflição

Ah, que bela tinta vermelha

Se esvai de mim

Escorre junto o sofrimento

Apresento-lhes: Meu fim.

Lyze
Enviado por Lyze em 27/11/2023
Código do texto: T7941352
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