Ode aos amados e heroicos irmãos

Nos ásperos tempos antigos, em eras distantes,

Dois irmãos valentes, em jornadas constantes,

Compartilhavam laços e amor com alma e entranhas,

E juntos, então, partiram em aventuras tamanhas.

Nas terras inférteis do Deserto de Arendor,

Contra os bárbaros que vinham do Norte,

Os irmãos lutaram com bravura e fervor,

Em defesa do reino, com coragem e aporte.

Na Floresta dos Espíritos, densa e sombria,

Enfrentaram os seres das trevas e do medo,

E com espadas afiadas, em luta de noite e dia,

Venceram para proteger os inocentes do degredo.

Na costa tempestuosa do vasto Mar de Sândalo,

Contra ladrões e homicidas que pilhavam sem piedade,

Os dois heróis se ergueram, em um combate insano,

Defendendo as crianças e as mulheres de toda atrocidade.

Nas tortuosas montanhas gélidas de Trevador,

Contra o vil demônio que da escuridão surgia,

Os irmãos desafiaram um destino de doença e dor,

Com tal destemor, à medida que neve e frio os feria.

Em cada batalha, descanso, risos e acampamentos,

Os heróis demonstraram sua bravura sem par,

Lutando sempre lado a lado, no firme juramento

Para defender a justa justiça e a paz, sem pestanejar.

A batalha derradeira, porém, sob o céu em fúria

Contra os filhos da Noite houve sem dó ou medida,

E um dos irmãos tombou, numa cena de agonia pura,

E assim subiu ele ao Monte-Além, terra seca e ferida.

O amor tão humano que era divino tinham os irmãos,

O amor que não foi corrompido no altar do coração...

E cavalgou o irmão remanescente, com alento ia e ia,

Em busca do sentidoamigo, na senda árida e sombria.

Nos campos de batalha, onde a morte ali rondava,

O irmão brandia a espada, mas a solidão o golpeava:

Cada golpe desferido aos inimigos, veio ode ao irmão,

Cada vitória conquistada, o triste silêncio no coração.

Quem sabe um dia os bardos, em versos de candura,

Escreverão a saga dos dois irmãos em sua real textura

Um que voou para o Vale-Nihil, alma sem esvanecer;

O outro pelo mar e pelo amor, sozinho, foi percorrer.

Ainda que o fado tenha, com sua cega mão dura,

Separado essas almas na despedida mais obscura,

Será eterno este heroico amor na estrela mais pura,

Está gravada além do tempo esta ode de candura!

(Em homenagem ao meu irmão caçula_ tão simples, tão bondoso, tão inteligente, tão cheio de sonhos e de amor. Ele partiu para os serenos Campos Elíseos na tarde do dia 20/03/2024, aos 41 anos de idade.

Você sempre soube que eu sempre te amei, meu querido e amado irmãozinho, desde que éramos crianças. Onde estiveres, meu maninho, não temas: não tardarei a abraçar-te e beijar-te teu riso e teus lindos olhos tão vívidos!

TE AMO E AMÁ-LO-EI SEMPRE! SEMPRE!)

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 22/03/2024
Reeditado em 24/03/2024
Código do texto: T8025591
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