Mãe
à Maria Adelina Furtado de Arruda (in memoriam)
quero escalar nossas muralhas da sina
reencontrar o caminho ao teu útero
e sentir novamente o teu primeiro carinho
um mundo de lembranças que se perdem no tempo
quero este mundo para este mundo
a nossa realidade sem o véu tecido
das teias da aranha
que passeia junto ao tempo
e envelhece
e a seda cede a minha sede do teu olhar
e eu te amo
mãe
o teu filho te beija uma poesia
eu a poesia do teu beijo
te quero
mãe