O Raul no baú da Naza

Nessa tarde aspiro lembranças

Trazidas pelo vento tropical

Sinto os cheiros do Pará

Gosto de açaí com guaraná

E no pensamento viajo...

Esse ser metamórfico hoje estrela

Banhando luz azul sobre a mulher

Faz dela a tua musa

Com toda a tua maluquez

Toda a tua lucidez...

Que nos fez um dia perder o medo da chuva

Aprender a desviar do muro

Perceber as pedras que choram sozinhas

A usar óculos escuros...

A procurá-lo pelos quatro cantos do mundo

E encontrá-lo sobre o telhado

Ser largo, raso e profundo

Na força da imaginação

Tomando banho de chapéu

Esperando Papai Noel...

E que só temos uma opção

É ser feliz... ou não

E se preferes antes ser... do que ter

Que seja então tua musa

Ela se diz meio... confusa?

Mente um tanto... difusa?

Mameluca beleza maluca...

Peço ao vento que leve prá lá... lá pros lados do Pará

Por onde cheira a cupuaçu... por onde canta o uirapuru...

O meu pensamento nesses versos... prá ela guardar no baú.