elminho
 

Como nos fascinávamos  a observar o céu;  
quando transportávamos a cama para cima do telhado;
víamos o universo de cima da laje,  que parecia despencar sobre nossas cabeças;
A  vastidão desse oceano permeado de estrelas;
não havíamos ainda lido os  pré-socráticos e nenhum astronômo; apenas a curiosidade  ancestral dos garotos de  se maravilhar  com o céu e  seus encantos;
Riámos e falávamos de coisas tão disparatadas, como tudo foi criado, de que era feito  as estrelas,  em que estrela viviam as almas penadas, em que céu estariam os mortos;    
sem nenhum sistema filosófico que nós amparasse;
e falávamos sobre  ladrões da noite,  
do cheiro de terra molhada, do canto dos grilos;
Falávamos de terra, ar, mar, fogo, ar, éter, água, música, sombras  e galáxias;
Divagávamos em diálogos desconexos,  na noite  densa, misteriosa e lenta,
com imaginação e inventividade; 
De cima da laje, o universo de  sonhos, fantasias, estrelas D´alvas,
E acreditávamos em algo divino e maravilhoso,
que movia e animava o mundo;
num pensamento fresco e singelo;
não tínhamos nenhum filtro ao que viámos;
as coisas eram como eram, como o olho enxergava;
nada além dos nossos sonhos e fantasias;
era um universo ordenado;  
éramos argonautas em busca de uma ilha perdida em algum  ponto luminoso no imenso céu  que chamávamos de infinito;
varávamos noites em claro, pelo simples prazer de estar na noite, de pertencer a ela e de  fazer parte do  seu mistério;

Labareda
Enviado por Labareda em 16/02/2008
Reeditado em 13/06/2014
Código do texto: T861354
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