ABRIL NUM DIA DE SOL

Ao poeta Arnaldo Tobias

Quero falar do meu tempo

não importa se trago no peito, desatada

essa dor informe, canto avesso:

a manhã doendo na pele

é uma flâmula abrasada.

Falo ao vento ácido

e calo por amor:

a solidão mais que o medo, é áspera.

Lavro os rubros signos que inventei

sob os cílios do sol

a cidade dos homens

me cobre com suas asas de cera.

Frederico Spencer
Enviado por Frederico Spencer em 19/02/2008
Código do texto: T866033
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