ABRIL NUM DIA DE SOL
Ao poeta Arnaldo Tobias
Quero falar do meu tempo
não importa se trago no peito, desatada
essa dor informe, canto avesso:
a manhã doendo na pele
é uma flâmula abrasada.
Falo ao vento ácido
e calo por amor:
a solidão mais que o medo, é áspera.
Lavro os rubros signos que inventei
sob os cílios do sol
a cidade dos homens
me cobre com suas asas de cera.