Aos poetas do recanto

Não sorri o bastante

Por isso esse verso molhado

Que me lubrifica os olhos

E baila sem graça

Pelo charco das retinas

Mas não se verte

Antes diverte

Querências que não me quiseram

A palavra engasgada

O grito em nó de gravata

Apertado na garganta

Como desfazer?

Talvez um sorriso de criança

Quem sabe, a lambida de um cão?

A alma ressecada

Exposta no varal

Sob um sol escaldante!

A saárica sede

E nenhum oásis

A não ser este

Onde entrego minha poesia.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 22/12/2005
Reeditado em 13/02/2011
Código do texto: T89223