Poema ao Rio Paranaíba III

Poema ao Rio Paranaíba III

Restou saudade, misto de medo

por causa da pouca idade,

com grande ousadia, das pedras com

minha irmã desci chegando à sua margem.

São Simão, em baixo da ponte velha

coloquei os pés nas águas revoltas,

senti no corpo o medo, temor...

extasiei, senti horror.

Era jovem e nada temia,

Na mente grande ousadia,

Ver, sentir, tocar, era o que mais queria,

Ter prazer, era alegria!

Tantos cadáveres em seu leito!

Já não choras no peito,

seu travesseiro encharcado

do sangue derramado.

Hoje vejo que não ostentas no leito

A quantidade que outrora mantinhas

E todo o seu esplendor foi desfeito

Saudade! fica gravada, nas entrelinhas

Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 26/03/2008
Código do texto: T917452