Para Cecília


Cantaram os galos quando partistes. Cantaram.
E a noite derramou sobre as vidraças
claras,seu pranto manso e triste.
Indeléveis, as sombras penetraram no teu quarto e, a calma
lua, esmaecida, viu tua face, mais calma ainda.
Inútil a espera por uma nova hora.
As sombras indecifráveis permanecerão presentes
na madrugada
e a vida para sempre estará silente,
incapaz de decifrar o mistério de tua ausência.
Resta ainda, na última névoa da aurora, uma solitária estrela,
a tua espera.
Lá, onde o tempo é infinito,
encontrarás a tua paz,
Senhora.