MELISSA

A Melissa que presa se encontra em Lima / Peru

Esta solidão presa nesta gaiola e sabe por quê?

As torturas sofridas o esquecimento imposto

O voar inexorável à loucura admitida não mais vivo sonho ?

O que posso te dizer minha amiga ?

Pertenci aos jardins revolucionário de 1970

O principio de realidade me movimentou em sentido esquerdo

Era lá que tinha indignação protesto mesmo onde o artista nos dizia

“Caminhando e cantando e seguindo a canção”.

Somos todos “iguais braços dados ou não”

Sabíamos que a correlação de forças estava mais para o fogo do que a fumaça

E foi assim que conheci o homem fera o barba-de-bode o cego sem bengala

Os fariseus gentios virtuosos traidores e ... Banhos de sol?

Seis meses sem ver a luz do dia com janelas pintadas de negro

E ainda fui decaindo para lá e pra cá

Sobrevivi e adiantar a hora ? O pesadelo um dia acaba quando?

Assim a vida da gente o tempo nos favorece contato direto com a ditadura desobediência às leis e como muitos mesmo crucificados e ignorados

A nau dos loucos vagueia em ondas nada tropicais

Aqui da minha gaiola olho a janela e me emociono por ter aprendido a beleza do momento o instante da alma em flor onde os jardins passam e nós também.

Neuza Ladeira/58 anos/cidade Belo Horizonte/Minas Gerais/Brasil

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 22/04/2008
Código do texto: T956559
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