Minha Mãe

Minha Mãe

Minha mãe é nordestina,

Mulher de fibra,

Casou-se nova,

Ainda uma criança,

E veio para Minas com meu pai,

Deixando para trás toda a sua família.

Aqui, a menina que ontem

Brincava de boneca de trapos

Começou a gerar uma numerosa família.

Quatorze filhos, um em cada ano.

Foi de tudo um pouco naquela família

Que aumentava. Cozinheira, lavadeira,

Arrumadeira, passadeira, babá.

Era mãe para toda obra,

Mãe para não acabar mais.

Para dar conta da meninada

levada, mantinha-se atenta e presente.

Valia-se, quando precisava, de firmeza

e autoridade.

Valeu a pena.

Quatorze filhos criados e bem criados.

Tementes da Justiça de Deus e respeitosos

Da lei dos homens.

Nos mês de Abril ela fez 80 anos

E comemorou com uma festa e tanto.

Conseguiu unir todos os filhos, netos e amigos

Numa chácara alugada, com direito a bufê,

Musica ao vivo, e tudo.

E lá estava ela no meio da rapaziada

Dançando com o vigor de uma adolescente

E ainda prometeu que a cada cinco

Anos a dose vai se repetir.

Deus a ouça porque esta

Foi a melhor festa que já participei

Em meus mais de cinqüentas anos

De existência.

Minha mãe é porreta, é um exemplo

De vida para nós seus descendentes

Com muito orgulho

Sou filho da Dona Inêz.

João Drummond
Enviado por João Drummond em 08/05/2008
Reeditado em 12/05/2008
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