QUANTO TE DEVO, MÃE ?
Eu imberbe e frágil, em teus braços, cria imatura
Recém nascido sugando a vida em teu peito
Sem defesas e tão protegido sob os cuidados
Das muralhas do amor mais do que perfeito
Antes de ti, eu nada era, apenas escuro infinito
Então o milagre da vida no teu ventre foi feito
Quanto te devo? Por abrir-me as portas do mundo?
A vida, se eterna, seria pouca, para tanto preito
Nada sabia e tu ensinaste-me com tanto desvelo
Os primeiros passos que dei mesmo sem jeito
Assim aprendi, óh mãe, a não temer o desconhecido
A cruzar com confiança os caminhos imperfeitos
Teu sorriso, tua retidão era crença no futuro
Guiou-me à justiça, à fé, ao profundo respeito
Iluminam agora os caminhos duros do homem
Na reconstrução contínua dos sonhos desfeitos
Quem és tu, senão a filha escolhida do criador
O imã que atraí e resguarda a vida no corpo eleito
Tu és a melhor resposta aos infortúnios da morte
Ao parir filhos, em ti, sonho de Deus foi satisfeito!