Gravidade do salto

Na rua deserta

Casas simples ao céu gigante

Subo num monte de areia ao balançar das árvores

Salto com muita força

Passo perto dos fios

Vou caindo lentamente

Acho que sou uma pena

Leveza da pena

Caindo e derramando-se

Caiu e me derramo

Não há pedras aqui

A areia é melhor que minha cama

Pois areia é real

É da raiz universal

Não tem idade

Sinto cheiro expelido das plantas

Depois de flutar-me

Estou deitado no chão

Olhando o sol que não me cega

Como uma foto bem tirada

Não há carros, nem pessoas

Existe apenas o presente

E espero que

Eternamente exista apenas o presente

Sem futuro ansioso

Sinto o aroma das plantas

Plantas semelhantes ao azedo

Da fruta que comi

Extrahumano
Enviado por Extrahumano em 01/02/2006
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