CATEDRAL

Neste silencio absoluto

Apenas o branco das rendas

E a luz das velas no altar.

Cada passo ao longe

Ecoa nestas paredes

Onde o mármore

Escovado e alvo

Transcreve a história universal

Em quadros estáticos

Espalhados onde a consciência

Sempre alcança.

Um soar de sinos

Tangenciados, melancólicos

Choram suas melodias

Na seqüência lenta dos minutos

Que se adiantam

Como as contas de um rosário.

Não há dor,

Somente um bem estar

Soprado em cada Ave Maria e

Embalado no partir de cada hóstia

Embebida no sangue

Das uvas

Tintas desta vermelhidão

Que se derrama 
Nos vitrais
Abençoando a hora sexta,
NOA!

 

 

 

 

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 09/09/2008
Reeditado em 13/08/2009
Código do texto: T1169934
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