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Ao beijo do dia,

Do sol, um raio

Todo belo e dourado

A cortina adentra.

A manhã, se arrepia

Olhando de soslaio

Tão atrevido namorado.

E boceja sonolenta....

Lá fóra,o mundo palpita,

mas, na quietude do quarto,

Que paz infinita!

Paz,

Alheia á inquietude

Que assola o mundo

Em dores de parto,

Pelos séculos....

Ao vento da indiferença,

O tempo olvidou

Do quarto,a porta,

E nas vagas desse momento,

Ante a conciência de que SOU,

Transponho a porta

Nas asas da inocência.

E aí, no lusco-fusco

Indefeso da alvorada,

Mergulho no silêncio,

Em Deus, me procuro

Enquanto o mundo ,indiferente

Desfila na calçada.

No silêncio do quarto,

Através da cortina

O sol me beija

E..

Com ele, reparto

Minh'alma feminina

Em dourada bandeja.

O criado-mudo

Por isso sisudo

Espia,e contudo

surpreso,festeja

O inusitado idilio

Trazido, nas asas do dia

do qual é filho.

TEREZINHA DE SOUZA gARCIA.