Canção dos doze

"Gastaria folhas e mais

Para escrever rimas de Janeiro;

Ou a fantasia de Fevereiro.

Talvez para o deleite de

Manhãs amenas de Março;

Ou a ressurreição de Abril.

Maio seria meu mês de

Romances pitorescos,

Nos quais, imaginar-me-ia

A noiva atrasada de Junho.

Em Julho, meter-me-ia

Em versos frios

E solitários, porém.

Quentes quando

Aquecidos no coração.

Em Agosto as flores

Da alma desabrochariam

Ao simples ímpeto de viver.

Setembro consolidaria minha

Independência, posto que

Inteiramente dependente

De carinho e risos.

Ah! Outubro antigamente

Dava-me expectativas,

Hoje dar-me-ia certo

Tom de envelhecimento.

Novembro chegaria de manso,

Cheirando a fim de ano.

Dezembro lembraria fé com boa

Dose de espírito natalino.

E os 365 dias são um turbilhão,

E a única certeza é que pelo menos

Os nomes desses doze deuses não mudarão!”

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 09/06/2006
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