A vida cor de rosa

Em meio à bruma que veio inteira a meus sentidos,

apraz-me, do sulco dos sóis de outono rubros idos,

pétalas espalhadas nos frutos da quente semeadura,

porém minhas mãos cegas não vêem que entardecera!

Não mais tocam o sol que se afundou entardecendo;

minhas mãos ora vazias, tateadas pelo vento cantor,

agarram a vida cor de rosa, seu perfume espargindo,

enquant'o espinho bravio afunda até sangrar a flor!

Mãos de flores choradas, quem do rumo se perdeu?

os caminhos sol cambiaram sua rota ou me perdi eu

neste sulco que rosais pariu,doce jorro de trinos,

matou o sol de outono em mim por hoje, ao menos!

Caiu o sol no entardecer e eu no rumo incendiado,

que sua cauda o paraíso celest'imensurável riscou,

feito um sulco em repouso em mim abrindo rápido

a esperança qu’essa hora avoenga’inda não passou!

Santos-SP-11/07/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 11/07/2006
Código do texto: T191739