GUERRA

Os homens travam suas guerras

E arrastam sorrisos congelados

Desde o lúgubre tempo da bomba

Ou da bala, até o vácuo de terra

Que acolhe suas crianças mortas,

Último berço,

Definitivo colo, de sombra.

Os homens escrevem manuais,

E levam suas palavras assassinas

A outros homens, sábios sádicos

Que ensinam em suas páginas vermelhas,

Mil mortes.

Para as dores, nenhum vocábulo,

Nem parênteses.

Os homens matam os homens

E destroçam as crianças,

Abrindo gritos de loucas

Em bocas, antes maternas

Agora roucas pela poeira

Deixada por bombas, balas,

Baques emudecedores

De qualquer humanidade

Os homens e suas guerras

Parem dores em parto

De morte e ecos de dor.

Parem, parem a guerra.

Parem.

Paz!

Saramar
Enviado por Saramar em 09/08/2006
Código do texto: T212431