No fim da morte, a ida persiste e o silêncio é tanto.

Meu silêncio não respondeu por mim

Por que os meus dias são tão ruins?

Mais logo saberei o que é o fim

Se a vida permitir, que seja assim.

E quem mais verá a morte

Não temerá na alma o imenso corte

De ter que se calar pelo porte

Pra não perder o dia de sorte.

Será egoísmo querer perder a vida.

Não ter zelo pela chegada ou pela ida,

Ter que perder o gosto da mulher querida

E com o silêncio permanecer na dúvida.

Não me culpe pelo meu deserto triste

É que por duas vezes tu partiste

Não pensaste em que meu coração feriste

Quando na dúvida agora persiste.

Vai agora e chore em pranto

Pois amor não há espanto.

Edmir Junior
Enviado por Edmir Junior em 19/08/2006
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