IRREVERÊNCIA

Quero gargalhar do tempo,
Que não me dá tempo,
Para pensar nos dias.

Vou vangloriar o tempo que roubei,
E que me dei de luxo e ousadia,
De gastá-lo à toa sem importar às horas.

E contando estrelas na noite pura,
Irreverente ao tempo que passa,
E que faço que nem vejo, ignoro,
Fazendo caso da sua pressa.

Sou menino que brinca,
Alheio ao tempo e ao brinquedo,
Vagando no futuro, sem tempo pra voltar.

Sou a rede estendida,
Esperando um corpo,
Uma mente solta,
Um ser sem pressa,
Para espreguiçar a vida.

Sou irreverente ao tempo,
Servil dos dias que passam,
Que se demoram na rede,
Balançando folhas soltas ao vento,
Alheias ao tempo irreverente
 


Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 11/06/2010
Reeditado em 12/06/2010
Código do texto: T2314315
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