Um simples querer
Queria esticar os braços
e alcançar as estrelas.
Senti-las escorregando entre os dedos
caindo como gotas no oceano.
Criando ondas.
Queria que meu barco
não virasse com essas ondas.
E continuasse á deriva
seguindo o capricho da correnteza.
Me levando.
Queria ser levado a algum lugar
que não sei onde.
Lugar sem nome
onde eu estaria me esperando.
Com a paz nas mãos.
Queria essa paz
tivesse cores brancas.
Pois o preto predomina nestes dias frios
e o branco lembra o “nada”.
Como um vazio.
Queria estar numa sala
dentro deste imenso vazio.
Onde o que resta
é deitar com a cabeça sobre os braços,
do jeito que se escuta os batimentos...
... do Coração.
Queria fechar os olhos
ouvindo os pulsares ritmados
como um relógio.
Adormecendo com a calmaria
de um coração sem nome.
Em algum lugar,
depois de tocar
as estrelas.