Vozes do vento
No espectro idêntico ao ar de fantasia
Voa esse meu espectro imortal.
Na minha cobiça sempre tão infeliz
Encontram-se tiras de amor sem igual.
No seu invisível e meigo balanço
Desfaço o meu suor e meu cansaço
Quando em suas asas, quieto, me ponho
A restaurar o meu sorriso e sonho.
Ele é às vezes tormento dos meus cabelos,
Nas tardes quentes, sempre que busco
O seu murmúrio para descansar.
Fico como um poste, sereno e com o coração
Nas profundezas do meu âmago
Para ouvir e senti-lo, com amor e paixão.