Vozes do vento

No espectro idêntico ao ar de fantasia

Voa esse meu espectro imortal.

Na minha cobiça sempre tão infeliz

Encontram-se tiras de amor sem igual.

No seu invisível e meigo balanço

Desfaço o meu suor e meu cansaço

Quando em suas asas, quieto, me ponho

A restaurar o meu sorriso e sonho.

Ele é às vezes tormento dos meus cabelos,

Nas tardes quentes, sempre que busco

O seu murmúrio para descansar.

Fico como um poste, sereno e com o coração

Nas profundezas do meu âmago

Para ouvir e senti-lo, com amor e paixão.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 20/11/2006
Reeditado em 20/11/2006
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