A PAZ DO POETA

A PAZ DO POETA

Carmo Vasconcelos

Vive o poeta na angústia permanente

De não ter sábios dons de bruxo ou mago,

Que lhe outorgem poder omnipotente

Pra consertar no mundo tanto estrago!

E num dilema mártir ouve os gritos

Dos que em tortura sofrem mil carências,

Minguando na miséria atroz, aflitos,

Vítimas de brutais incongruências!

E revolta-se o verso escrito a sangue,

E gela-se-lhe a mão pela impotência

De prover a cada alma e corpo exangue,

A humana e natural sobrevivência!

Enquanto houver desprezo, fome e guerra,

Às mãos cruentas dos aios de Satanaz,

Haverá de encrespar-se o mar e a terra,

E há-de lutar o Poeta pela Paz!

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Lisboa/Portugal

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 19/05/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T2980862
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