AS HORAS SUSPIRAM AO ENTARDECER

Aos poucos o endoidar do tempo

Despeja no crepúsculo um sol cansado

As horas suspiram o entardecer

Nas sombras que se vestem de luto.

Queria tanto acreditar na verdade

Dos teus passos repisando as pegadas

Que os meu pés apressados

Esculpiram na areia molhada da praia

Queria tanto

Que esta luz doirada que persiste e me cega

Me iluminasse no estonteante reaver

Das cinzas da nossa paixão dolente

Que o vento vaidoso e cruel

Espalha sobre as ondas suaves

As tuas mãos nas minhas

Erguidas como uma espada

Foram um monumento de crer

No incontável arrebatador destino

Que desenhamos dias a fio.

As horas suspiram no entardecer

Já nem o tic tac cansado do relógio

Apazigua o cavalgar do esquecimento

Nem o céu ornado de cetim

Acalma os meus olhos

Desmesuradamente abertos

De incrível espanto.

Queria tanto que o sol nascesse agora

E acendesse no teu rosto a Primavera

Como no Primeiro dia

Em que peguei na tua mão e disse:

Anda! Vamos ver o mar.

Autor POESIA/FOTO Josalvespt

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Josalvespt
Enviado por Josalvespt em 12/08/2011
Código do texto: T3155009
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