Meio-dia útil
Ó, sábado querido, como gosto de você !
Como demora a chegar, meu esperado !
De manhã, você é puro frenesi,
burburinho, buzinas, gente correndo.
Compras a fazer, vitrines pra olhar, sonhos a rolar...
Roupa pra lavar, casa pra limpar, unhas a pintar...
Tarde chegando, espreguiçadeira na varanda,
violetas sedentas que pedem atenção,
gramado quer ser catado, gato esticado ao sol...
Anoitece, verei meu amor, doce expectativa...
No guarda-roupa abarrotado, exclamo:
- Não tenho roupa ! Com que sapato vou sair ?
Mas não importa, os elogios sempre vêm...
Madrugada de amor, suspiros, juras !
E você, querido, vai chegando ao fim,
mas vou revê-lo em seis noites, e
vou esperá-lo com ansiedade, na certeza
do reencontro...