Sereias e sirenes

Fui enfeitiçado pelas sereias

que adoçam minhas amarguras

embriagam meus pensamentos

seduzindo os meus sentidos

a flutuar nas flautas mágicas

me desviando dos projetos

enviando-me projéteis

explodindo-me nas rochas

da minha perdição.

Sereias abolem sirenes

na emergência dos desejos

lançados por Cupido

nas lanças do coração

enlaçado pelas ondas

que desamarram o mastro

na estupidez da paixão

pelas escamas e as camas

do Eterno Descanso.

Trágico marinheiro

entre o nada e o nadar

no naufrágio anticipado

da odisseia ingloriosa

entre Mares e Céus

em trevas atormentadas

de fogueiras e foguetes

sem sereias, sem sirenes,

na escuridão perpétua.