AGASALHO DE DEUS

Lá fora a garoa cinzenta

cobre o nú telhado.

Aqui dentro, o conforto fala.

Busco com meus olhos irriquietos,

os prazeres desta sala quente.

Meus sapatos vêm,

aos meus pés descalços,

como o cão que segue

docemente o dono.

Lá fora a luz mortiça dos postes

Oferece socorro,

aos friorentos transeuntes,

que seguem agasalhando

suas solidões.

Dentro o aroma suave do carinho

Conforta o ar mansamente

Cochichando de cada canto

aos ouvidos.

- Eu existo aqui

Em cada gota

Em cada célula

Em cada ser ambulante

- Creia somente!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 08/03/2013
Reeditado em 08/03/2013
Código do texto: T4178742
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