A Gaivota

Vejo a gaivota aprumar

Desdenhando

Do que percebe cá embaixo

Durante seu levitar

As ondas batendo

Em revoltos mares.

E ela a subir

Acima, aos ares

Quando me vem

Uma ótica que à vida convém

À boa vida

Mas que parece desdém.

Que na verdade sou tudo mais e sou ela

Voo sim através dela

E ela se perde sem sujeição

Num tipo de vida que mais parece não ação.

Sobe e voa em perfeita automação

Sendo que não questiona

Não há nela um senão!

Sendo assim, me perco no quanto de vida

Corre em mim.

Não nesta pele somente

Mas também nela

E a tudo que vive

E de cujo homem civilizado

Por mais que tente

Tenta mas não desmente.

É tudo fruto de uma só corrente!

Sou ela, a gaivota, e tudo o mais

Sou muito mais

Do que eu

Sou tudo isso.

Onda que bate

Na pedra, que também é isso.

Eduardo Piereck
Enviado por Eduardo Piereck em 28/11/2013
Código do texto: T4590535
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