O preço
Neste mundo de reis e de servos
Foi tudo gerado e tudo criado
Perfeito e feito a serviço do homem
Centro e rei dos demais
E os demais a serviço do rei...
Mas o rei mata os servos...
Os verdes descampados
Os campos queimados,
Rios atulhados...
Foi o rei que a terra explorou
Foi o rei quem matou
Estações definidas
Natureza agredida
Vingou-se... vingou-se...
E o rei, sem visão descuidou
Dos ares tão puros
Erguendo o muro da privação
As feras se vão
E as aves também
Os verdes secaram...
Os homens então
Mataram os reis
E a terra nua... como a lua,
A vagar... a vagar...
Sem nada e ninguém!