Reflexões

E, eu que sempre me escondi, escrevendo,

porque quando você é pequena,

escreve,

quando você é única,

escreve,

quando se tem mágoas,

escreve.

Escrevo nem sei bem o que, e porque .

E ao escrever me sinto pequena,

como criança.

sinto-me especial,

como eu só ,

plena de mágoas por não perceber

que a minha verdade é diferente

de todas as outras vontades,

Escrever é despir-se,

é esclarecer que o abandono de tantos ,

a quem quero tão bem,

até mesmo dos que me são tão próximos

faz com que escreva mais e mais

sobre as minhas vitórias e derrotas.

Derrotas por saber que a humanidade é carente,

é indifertente e procura com quem

trocar e retribuir.

Vitórias pois apesar de todas as peças

que a vida me prega,

continuo acreditando que a vitória virá,

mesmo que o túnel fique escuro por longo tempo.

e nesse balanço de uma conta vital,

creio-me derrotada,

pois não é que esteja faminta de ajuda

sei também que na vida a dor é de todos,

sinto falta e de forma muito especial,

de carinhos permanentes e de compreensão.

Oh! Minha mãe,

Como gostaria de ser outra vez criança e ter tua

guarda nesses e em todos os momentos.

Ah... minhas vitórias,

São muitas e nunca as neguei,

quero mais , quero forças para ajudar

os marimbondos, os pássaros, as borboletas , as matas

que se enredam nos cristais de minhas janelas.

Com humanos, meu raciocínio toma forma de labirinto de

difícil entendimento.

Agora quero mudar, minhas forças estão abaladas,exauridas,

estremecidas e desgastada

assistindo a falência dos humanos,

na renúncia dos seres vivos racionais é

que compreendo as razões das derrotas e vitórias.

Iolanda Fonseca
Enviado por Iolanda Fonseca em 25/05/2007
Código do texto: T500591