Criança gigante

Sinto-me preso, como em masmorras

Meu pensamento sempre lúgubre , em sórdidos murmúrios

Arrastando-se em ruídos surdos

Gritando de vários modos, caras e bocas

Quero me sentir confortável ,como um abraço de vó

Pendendo-se de um lado e para o outro

Poder enxergar a paz , por cima de seu ombro

Com cheiro de lã e turvo de pó

Mas aquele cheiro é segurança, de quem viveu tanto , é afago

É o instante que percebo o quão cresci, e inútil estou

Não sei nem a metade , e minhas vaidades não dizem quem sou

Percebo tanto de mim , em teu cheiro , em teu abraço

Eu me sinto miserável em não senti-lo com frequência

Talvez esse abraço seja o cobertor, para a frieza da minha alma

Poderá ser o sol frio, mas sincero, o suficiente para a calma

Daquela criança gigante, que insiste morar na infância

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 15/01/2015
Código do texto: T5102549
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