Criança gigante
Sinto-me preso, como em masmorras
Meu pensamento sempre lúgubre , em sórdidos murmúrios
Arrastando-se em ruídos surdos
Gritando de vários modos, caras e bocas
Quero me sentir confortável ,como um abraço de vó
Pendendo-se de um lado e para o outro
Poder enxergar a paz , por cima de seu ombro
Com cheiro de lã e turvo de pó
Mas aquele cheiro é segurança, de quem viveu tanto , é afago
É o instante que percebo o quão cresci, e inútil estou
Não sei nem a metade , e minhas vaidades não dizem quem sou
Percebo tanto de mim , em teu cheiro , em teu abraço
Eu me sinto miserável em não senti-lo com frequência
Talvez esse abraço seja o cobertor, para a frieza da minha alma
Poderá ser o sol frio, mas sincero, o suficiente para a calma
Daquela criança gigante, que insiste morar na infância