Reação

(em dueto)

Reação

Pobre criatura que conspurca a alvura d'alma

Com profunda e cinzenta tristeza a enodoá-la

Saia depressa da alcova assombrada e negra

E vá correndo para a luz que quer iluminá-la!

Cadê o arco íris que outro dia brilhava

Convidando-a voar nas asas de um anjo

Em visão deslumbrante de tua janela?

Esconde-te em arcabouços, até quando?

Despe-te dessa túnica enxovalhada e rota

Esquece a andarilha sem rumo de outrora

Assume de vez que tua realidade hoje é outra

Deixa ressurgir em ti a bela e mágica aurora!

Nem mesmo a noite veste-se toda de negro

Pois a abóbada celeste refulge em fulgores

Se decretares a ti, ares de desastroso degredo

Sem delongas afasta-te da sega das dores!

Reage criatura, e ergue os olhos para além...

Descortina-se a esperança em convite constante

A bela e amorosa natureza, de mimos te cerca

Veste outras cores, sejas da vida mais amante!

Marilú Santana

20/09/2005

Marilu Santana
Enviado por Marilu Santana em 20/09/2005
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