CANÇÃO EREMITA
Tricoteio aqui, talvez, minha ode
à flor comigo ninguém pode.
Sou dado a romper concretos,
Daquele bem raro se apieda,
Consistência de quebra pedra
Cujos rumos andam incertos.
Sigo recomendações, às vezes oro
E em meus pedidos afloro amor pelo mundo,
Mas não se iluda, nunca choro
Ante festas à felicidade, saio pela porta dos fundos.
À flor comigo ninguém pode meu deleite
De suster orvalhos, qual copos de leite.
Meu peito feito jardim contém florescências.
Minh'alma espraia pólens, pétalas, aromas,
Posto que cultivo apenas bons sentimentos;
Mas fartei-me de arengas e convivências.
Sempre, sempre desejei das coisas uma soma.
Optei somente pela paz, abaixo os tormentos.