Poema do adeus

Poema do adeus

É tempo de dizer adeus

Dizer adeus ao tempero

À quentura da cama

Ao cheiro da salsa

Ao gosto bom do arroz

Chegou o tempo

De olhar os livros

Abraçar os filhos

Fazer ninho no colo dos manos

É tempo ainda, das lembranças mancas

Das raízes e do cheiro da terra

Das subidas pelas goianas serras

Das mangueiras centenárias

Arrimos da infância longínqua

É tempo de dizer

E tempo de não mais querer dizer

Todo o amor que fui

Aos filhos que gerei

Amo, amei, amarei

Tempo ainda é, de dizer quantas guerras

Por eles perdi e ganhei

No muque, na unha, na forra

Foi assim que vivi.

Senhora de trigo algum

Saio sem ouros

Sem os lendários tesouros

Com que ninei meus guris

Sobra ainda tempo

Um bom tempo espero eu,

Para abraçar meu Paulo Afonso

Apertá-lo em meus braços

E dizer do amor que sinto

E que sinto muito, muito, caso eu perca.

Pro meu mano que a mim carrega,

Como se fardo eu não fosse, (sou!).

O meu amor, por dividir

Compartilhar sem pejo

E descansar no olhar atento, forte e grave

O olhar e o braço que a mim anima e carrega

Nutrindo silêncios e doçuras

Meu Nenê. Sempre Nenê!

Quanto a você, você que adentrou o meu mundo,

Você que organizou minha poesia com bondade e sabedoria, você de uma amizade linda e limpa ...

O meu fraterno abraço, na palavra 'gratidão'!

Hei de voltar...

Dorothy Carvalho

Goiânia, 15. 05. 2021

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 15/05/2021
Reeditado em 13/03/2023
Código do texto: T7255901
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