profetizar

um eco ribombante sem mais querer

rasga o silencio desalvorado

ele percorre nauseabundo as amplas e solitárias salas

de cheiro mofoso,

de convento abrumado nas encostas de uma montanha,

pseudodivina sem o toque do ser,

que só por ser destrói a arte do belo sensacionalista

ligeiro e rápido desenha no ar a melodia que o propaga

até a sua missão profetizar,

levar aqueles que não sentem

a verdadeira chama do amor,

purificar aquele ser que de tanto olhar

acabou por se achar homem profanador

para que ter tanta pena

se tudo o que constrói assim o destrói?!

Num ato de sacramento,

numa composição melódica

num grito divino

as sombras parecem clarificar

mas o homem voltou a adormecer

no conforto do silencio,

no calor do comodismo

deixando por si só a vida correr

ao ritmo de um simples observador.

Sizamar
Enviado por Sizamar em 30/11/2021
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