O Poeta e a Tempestade.

Jamais se sabe quando

Pois a vida surpreende, como num cinema

E, pode ser que vez ou outra, ensine

Coisas que jamais se aprenda

Até que um dia a gente leia, sem saber

No cine vida

Aquele que será, que terá sido

Nosso último poema

Algum tema novo

Novamente incompreendido

Outra página virada, segue adiante

Amanhã ou depois vai chover

E depois a água vai secar do chão

As marcas que ficarem, serão esquecidas

Aquela enorme nuvem não nos deixa sombra

As sombras que ficarem, sob as árvores crescidas

Poemas sem nome, nem autoria

Ao nada elas serão atribuidas

O último poema de uma chuva que passou

Sem queixar-lhe a relevância, a chuva cai de novo

Pra poder falar com a voz do vento, da beleza do momento

Pouco importarão seus frutos, se serão colhidos

O poeta e a tempestade compartilham

Dessa mesma natureza

Pode ser que um dia, como num cinema

Alguém lhe colha as letras, frutos, folhas

Pode ser até que o gosto proporcione

Algo que traga à vida

Um momento menos entediante

Verdades sobre coisas que jamais se aprende.

Edson Ricardo Paiva.