EU OLHO  A VIDA

 

 

Eu abro as cortinas de manhã

E olho a vida no quintal:

Passa um passarinho,

Um vaso de plantas,

-Abriu uma orquídea!

Um ninho caído...

 

Eu coo o café

E o cheiro se espalha

Bem devagarinho...

Eu ponho uma xícara,

O pão, a colher

Por sobre a toalha

Lavada.

 

Eu olho a vida, e vejo poesia

Nas coisas mais simples:

O olhar dos meus cães,

A água sobre a louça,

O canto do vento

Nas folhas.

 

Mais tarde, eu cozinho

Enquanto eu escuto

Meu Podcast favorito.

Debaixo da mesa,

Meus cães me observam

Tranquilos.

 

Toca a campainha

Eles saem correndo, latindo.

"-Olá, Dona Ana!"

(O rapaz tornou-se

Meu conhecido).

Chegou o meu livro.

 

Com ele eu me sento

Naquele banquinho

Debaixo da árvore,

No meio da brisa,

Entre os passarinhos,

E as folhas que caem

Nas páginas.

 

E assim passa o dia,

Sempre alinhavado

Pelas linhas frágeis

De uma poesia.

E eu não quero muito,

Nem quero mais nada,

Só mesmo escrever

Estas vãs palavras

Que ninguém vai ler.

 

 

E a interação de Jacó Filho, que só abrilhanta:

 

OS OLHOS DA ALMA


Vejo com os olhos d'alma,
Que a vida acontece,
O céu agindo com calma,
Para dá a quem merece...
Transcrever em poesias,
Faz-me sentir alegrias,
Que espalho sem ressalvas,
Pra quem isso interesse...
Vejo com os olhos d'alma,

Que a vida acontece...

 

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 29/06/2023
Reeditado em 19/07/2023
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