Passos secos

Se de repente choves,

Possuístes guarda chuva?

Enxergas, pois, as gotas,

Enfrentas a enxurrada?

Aperta os passos, relampeja,

E socorre o desespero,

Fita os olhos em sua rua,

Marca o tempo e direciona.

E se as gotas se encorpam,

Transfere o pouco e ainda insiste,

Veste o opaco transparente

Reza aos seus antepassados,

Cai por terra em desespero.

Olha pra traz e por si existe,

Corre aos largos passos turvos,

Se desprende dos flagelos .

Abre o velho artefato,

Que com rasgos ainda enxuga ,

Que despede da insolente,

Traiçoeira e fria chuva.

Não há cacos na beirada,

Nem há gotas na calçada,

Acendeu antiga lua,

Foi-se embora a enxurrada.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 26/11/2023
Código do texto: T7941088
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