VELHICE

Nas mãos pintadas, as marcas do tempo,

Veias traçam histórias, com sol reluzindo lento.

Cabelos, fios de prata, na dança do envelhecer,

Reflexões que o espelho agora faz renascer.

Mãos que contam anos, em dedos endurecidos,

Cada pinta, um conto, em tons envelhecidos.

O olhar baixo, lento passo, cabeça trêmula,

É o relato silente de uma jornada que acumula.

Lentamente desbotando, como tintas na tela,

O presente escapa, a velhice se revela.

Dedos doloridos, em contagem sutil,

Um susto com o tempo, que escorreu tão sutil.

Cada ruga, um poema, cada passo, um verso,

Admiro minha jornada, um livro disperso.

No espelho da vida, reflete a idade,

Mas em cada vinco, vejo minha verdade.

Velhice, surpresa que o tempo trouxe,

Um quadro formado, cada traço, uma broche.

Não percebi o envelhecer a esmo,

Mas na minha história, revela-se um tesouro imenso.

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 07/12/2023
Código do texto: T7949319
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