Minha mãe...

Sobrevivo das mulheres da alma de minha mãe

preenchendo os desenhos da memória

no seu colo, esse maior refúgio meu

na mais sangrante lembrança que em meu peito chora

vindo de certo coração que me é tão lembrado.

Chama-se mãe essa minha chama ardente

encantada e feliz meu peito sente

como se quisesse trazê-la a mim de volta.

Rude, esse meu olhar não a acha,

encontrando somente os sonhos onde a sinto viva

antes que as lágrimas embacem meu olhar triste

perdidamente só e tão longe da alma.

Mãezinha, que passe o tempo e a alma chore

e a dor maltrate e não vá mais embora

desde que me lembre vivamente da tua face

na distraída dor que inda que me abrace,

alegre-me o coração, renegue e chore.