Mãe, eternidade de amor...
Há doze anos atrás, você partia,
numa viagem tão triste e solitária,
rumo ao Infinito de Deus...
Deixou-me aqui com a alma sangrada,
os olhos mergulhados no pranto...
Vendo da vida acabar-se o encanto...
Sentia-me só, terrivelmente só...
A eternidade de amor se despedia
e, em prantos e versos, lhe dizia
que eu não acreditava na morte,
mas, apenas, eu creio no amor...
E, assim, foi por estes anos,
em que a separação física
me tirou você dos olhos,
mas jamais apartou você
de meu coração de filha...
Minha mãe, pensou hoje
que eu a esqueceria...?
Que em doze anos de saudade,
um só dia eu teria perdido
a lembrança de você...?
Por certo que não, pois você me conhece...
Se minhas mãos se perderam das suas,
se seus abraços se apartaram dos meus,
é certo que meu amor, cada vez mais,
se aproxima de você, em versos,
na alma, no coração, nos sonhos...
Eu jamais vou esquecê-la...
Não existe eternidade que me afaste
da pessoa que mais amei nesta vida...
Minha mãe, são saudades demais,
mas, também, foram lágrimas infinitas,
que derramaram de meus olhos por você...
Choro a sua ausência, choro por nosso amor...
Mas jamais esquecerei aquela que me ensinou
que o amor maior é Deus, Nosso Senhor...
E a Ele eu entrego meu pedido,
de amor, de perdão, de afeição...
Peço por você, com carinho,
para que nos braços de Nossa Mãezinha
você possa dormir em paz!
Descanse, minha mãe, não sofra mais...
Toda a dor passou, todo o temor se foi...
Você está com Deus e eu
à espera de um dia poder de novo
me olhar dentro dos olhos seus!
(24/05/2008, às 00.01 hs.)