Sei que não devo

Sei que não devo mais lembrar

Não devo as nossas poesias relembrar

Não devo mais das nossas conversas recordar

Nos nossos antigos sonhos mergulhar.

Sei que não devo, em noites de lua cheia

Teu olhar carinhoso procurar

Não devo olhar as estrelas

Lembrando da cumplicidade que nelas podiamos encontrar

Não devo buscar o teu ser querido em nossos escritos.

Sei de tudo isso com uma razão cortante

Sei de tudo isso com uma precisão sufocante

A precisão dos cálculos de qualquer engenheiro, matemático

De qualquer pessoa entregue à medidas exatas e frias...

Mas meu coração de poeta, ah! minha alma de poeta não cansa de te buscar

Senhor poeta, de buscar, por horas e dias sem fim

A parte melhor, que eu tinha, e que você levou de mim...